O Bispo do Algarve considera mesmo que um dos segredos desta conclusão reside no empenho colocado na preparação e aponta como exemplo “os subsídios distribuídos e apresentados ao longo da peregrinação para que ela decorresse bem e para que cada lugar visitado constituísse, para todos, um tempo de oração, interiorização e ligação à vida de Cristo e do povo de Deus”. “Também os encontros que realizámos na diocese e que precederam esta peregrinação ajudaram a criar esse espírito de comunidade”, acrescentou. O Prelado destaca ainda um outro aspecto: “o facto de se ter realizado esta peregrinação num contexto próprio que surgiu já depois da presença na Terra Santa – o conflito entre Israel e o Líbano”. “Gradualmente fomo-nos apercebendo que se tratava de um conflito sério e imprevisível, que já estava a gerar muitas mortes. O facto de termos procurado informar o grupo para que todos se apercebessem da amplitude e da sua gravidade, serenou os ânimos, pois ajudou as pessoas a situarem-se com realismo”, afirmou, considerando importante também a ligação diária da agência Geotur com os responsáveis da peregrinação para se fazer o “ponto da situação” sobre “o estado de espírito do grupo, até para que pudesse ser ponderada alguma decisão sobre uma eventual interrupção da peregrinação”. O Bispo diocesano destaca ainda, como contributo para o resultado positivo da peregrinação, “a experiência pessoal de fé de cada um”, aliada a “uma motivação acrescida em rezar pela paz, particularmente em Belém”. Aliados a estes aspectos, o Bispo do Algarve destaca ainda “o clima de alegria, serenidade, aceitação e compreensão, que foi surgindo em todo o grupo”. D. Manuel Quintas espera agora que os frutos da peregrinação “possam ser partilhados nas comunidades paroquiais, sobretudo naquelas onde houve uma participação mais numerosa”. “Gostaria também que esta nossa peregrinação contribuísse para que o Programa Pastoral que vamos iniciar fosse vivido de uma maneira mais intensa, sobretudo por aqueles que nela participaram. De modo que se sintam motivados e mobilizados para aprofundar mais a Palavra de Deus, para ligar a Palavra de Deus aos lugares que visitámos e até para que se criem mais grupos bíblicos nas paróquias”, afirmou. “Grupos de aprofundamento da fé, a partir do conhecimento da Sagrada Escritura, grupos que possam participar de uma maneira mais activa e consciente na celebração da Eucaristia e na vida das comunidades cristãs, grupos abertos à dimensão sócio-caritativa, grupos que vivam de uma maneira mais consciente essas propostas que fazemos para os próximos anos de pastoral, ao nível da família e das vocações”, concretizou o Pastor da diocese. D. Manuel Quintas aponta ainda alguns dos momentos altos da peregrinação como as Eucaristias celebradas no Monte Carmelo e no Monte das Bem-aventuranças, na igreja da Natividade e no Santo Sepulcro, a travessia de barco no Mar da Galileia e a renovação das promessas do Baptismo no Rio Jordão. Reflectindo sobre o facto de o grupo não ter tido medo, devido aos rockets que iam caindo pelos lugares onde os algarvios já tinham passado (Haifa, Tiberíades e Nazaré), o Bispo do Algarve considera que “a grande motivação para tudo isto foi a experiência de fé que o grupo fez”. “Quando essa experiência é forte relativiza tudo o resto, até o perigo em que estávamos mergulhados”. Em relação ao futuro, D. Manuel Quintas mostra-se “aberto” a participar em futuras peregrinações de ordem diocesana. “O futuro permanece aberto e uma peregrinação organizada deste modo e neste contexto pode ser de grande ajuda espiritual para aqueles que nela participam”, afirmou.
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